Você já deve ter ouvido falar da tal economia criativa, fenômeno derivado das novas tecnologias que levaram ao barateamento de alguns processos e que, aliada ao aumento de renda e ao acesso à informação, tem modificado profundamente as relações de trabalho.
Se não ouviu, podemos dizer que a economia criativa nada mais é do que processos que envolvem criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos. No Brasil, esse braço da economia dobrou de tamanho nos últimos anos.
Ela está em várias áreas: arquitetura, design, comunicação, cinema, teatro, gastronomia, turismo, artesanato etc. Há, inclusive, uma Secretaria própria no Ministério da Cultura porque cada vez mais se criam postos de trabalho criativo.
A principal queixa dos empresários desse setor é a dificuldade de encontrar mão de obra, uma vez que é necessário trabalhar com profissionais que tenham competências de empreendedorismo e que atuem de forma multidisciplinar. Em outras palavras: o sujeito tem que ser capaz de criar e dar sentido para a sua criação. E, sim, não é em qualquer esquina que encontramos criatividade. Para suprir essa falta já existem cursos que ensinam como ser criativo. Através de jogos cooperativos e exercícios mentais, você treina o seu cérebro para buscar soluções fora da sua zona de conforto e o resultado disso é inovação. O tal pensamento fora da caixa.
Mas pense comigo: não há alguma coisa estranha nisso tudo? Qualquer criança cria brincadeiras, organiza regras, gerencia equipes, trabalha cooperativamente. E elas fazem isso naturalmente: ninguém ensina uma criança a fazer isso, apenas estimulamos o que elas já têm a oferecer com jogos e brinquedos, que funcionam como exercícios mentais criativos, que contribuem para o desenvolvimento do tal pensamento fora da caixa. Crianças são naturalmente criativas e, por isso, brincam e fantasiam. Ora, se todos já fomos crianças, por que precisamos de um curso para aprendermos a ser criativos?
Porque em algum ponto do caminho começamos a desaprender. Vamos perdendo nossa capacidade para inovação. O estimulo à competição e à cultura de demonização do erro são os pilares da escola tradicional e passamos anos tolhendo nossa criatividade, relegando esse impulso natural a uma pejorativa infantilidade.
Os horários rígidos e a quantidade excessiva de atividades extra curriculares que impomos às crianças tiram o tempo do ócio criativo e as fazem acreditar que precisam que alguém lhes diga o que fazer. Depois dessa lavagem cerebral, se por qualquer motivo, elas se encontram a sós, em silêncio, sem uma agenda ou um próximo passo definido, ficam inseguras e buscam conforto, anestesiando os sentidos com programas de TV, iPads e celulares simultâneos.
A criança que um dia fomos já morreu há muito tempo e o resultado disso é que nos sentimos perdidos. Perdemos a capacidade de produzir de forma criativa. Pior ainda: matamos a criança que nos olha, procurando alguma empatia. “Vai estudar! Chega de brincar! Você não é mais uma criancinha!” Infelizmente, fazemos isso com a melhor das intenções. Acreditamos que ao podar a criatividade das crianças, estamos garantindo um futuro mais próspero. Vale lembrar que, ao que tudo indica, o futuro não é mais como era antigamente.
Até o mercado de trabalho, com todos os seus problemas de competição, de estímulo irracional ao consumo e ao canibalismo em relação aos recursos naturais, já percebeu a necessidade da inovação através da criatividade, para sair da armadilha insustentável em que o mundo se meteu. Mas o mundo não vai mudar se esquecermos quem somos para depois reaprendermos. Uma educação livre é a fundação desse novo paradigma. O futuro é uma criança.
Mauricio Zanolini
Lo que nos hicieron, seres que estamos para copiar y grabar datos de un “maestro que fue antes otro caso de copiar y grabar datos de un otro maestro”, la escuela la formaron para defender siertos interes, y no para aprender a ser nosotros mismos.
Seres pensantes, creativos y verdaderos libre pensadores en sus diferentes niveles de evolucíon, verdaderos espiritus con cuerpos y no cuerpos con espiritus. en esto consiste la diferencia por eso estoy totalmente de acuerdo con la reenovación de la educación.
Un fuerte abrazo.
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