Uma das maiores dúvidas em relação a uma educação desvinculada de órgãos oficiais de ensino é a sua validação. Será que um curso sem certificação oficial ou com certificado não reconhecido é prova do conhecimento adquirido? No mundo todo, essa pergunta tem levado a diferentes soluções. Mas a pergunta só pôde ser feita porque as relações entre as pessoas e também entre as instituições de ensino e essas próprias pessoas mudaram radicalmente.
Duas consequências advieram desse novo cenário. A primeira delas é que o conhecimento não é mais monopólio dos centros acadêmicos. Por causa da comunicação instantânea, em escala global, e dos bancos de dados que podem ser acessados por qualquer pessoa de qualquer lugar, todos podemos chegar até a informação, podemos compará-la, desdobrá-la, criar novos conhecimentos e compartilhar esse novo conhecimento criado, sem passar necessariamente por uma instituição. A velha academia perde força porque não é mais o centro da inovação.
A segunda delas é a validação. A internet provocou uma revolução na economia quando colocou pessoas em contato direto com outras pessoas, abrindo caminho para que fossem criados empreendimentos que não passam por uma empresa. Um exemplo disso é o serviço Airbnb. Pessoas comuns se cadastram nessa plataforma anunciando um quarto para alugar para turistas, viajantes, pessoas em trânsito que precisem de um lugar para ficar por uma noite, por alguns dias ou por uma temporada. Os interessados entram em contato direto com as que oferecem hospedagem, acertam os detalhes e fecham o negócio. A empresa Airbnb só estabelece algumas regras, oferece a plataforma que permite a comunicação e a ferramenta de validação. E é esse o modelo de validação que aponta para o futuro.
Em serviços como esse, de pessoa para pessoa, a validação é dada por quem usa o serviço (neste caso, por quem ficou hospedado em uma determinada casa), e que declara publicamente seu grau de satisfação, atribuindo uma nota ou fazendo um comentário por escrito sobre a casa, a hospitalidade, etc. Os novos clientes usam essa informação para escolher onde ficar e isso faz com que os lugares com as melhores notas e comentários sejam mais solicitados. Saiba mais sobre isso aqui.
Na educação, a validação não é assim tão simples e direta. Os diferentes “produtos” que a educação oferece não são tão claramente buscados pelo público. Muitas vezes, os caminhos que o “consumidor/estudante” vai fazer para atingir seu objetivo é errático e pode levar – inclusive – a uma mudança de objetivo no meio do caminho; mas ainda assim, pessoas, instituições, coletivos e até plataformas podem servir de curadores do conhecimento produzido, construindo coletivamente uma reputação para aqueles que o produziram.
O caráter transformador da educação faz com que o processo de descoberta e criação de novos conhecimentos seja extremamente valioso. Por isso, uma das ideias da Universidade Livre Pampédia é estimular os estudantes a produzirem blogs, podcasts e todo e qualquer conteúdo que tenha como objetivo registrar o processo educativo de forma transparente e pública, pois esse será um dos pilares da reputação de qualquer pessoa, de qualquer coletivo ou instituição. Nesses registros serão externadas as autoavaliações e, por meio delas, terceiros poderão se vincular, validar e propor novos desdobramentos.
Mauricio Zanolini
Estamos Felizes a nossa Dora Incontri voltando, forte. Muito Obrigado.
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Realmente o ensino precisa ser direcionado, olhando parra os avanços do mundo moderno.
Então Precisamos de professores preparados para essa nova realidade, que saíram usar os avanços tecnológicos, e os conhecimentos que os estudos neurais proporcionam. Somente assim poderíamos ter avanços significativos; Pois hoje temos escolas do século 19, professores do século 20 e alunos do século 21. Alguma coisa está errada.
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