No dia 7 de março último, depois de uma mudança corrida do Espaço Pampédia de São Paulo para a Chácara São Cristóvão, em Bragança Paulista, demos a aula inaugural do antigo e renovado curso de pós em Pedagogia Espírita, agora pela Universidade Livre Pampédia. Assim está sendo gestada, quase nascida, a nossa sonhada Universidade.

Um lançamento devagar, mas sólido; ousado, mas pensado; inovador, mas bem construído.

Como foi esse primeiro dia, no clima da chácara, no alvorecer da Universidade livre?

Foi inesquecível para quem lá esteve. Os novos alunos da turma de pós, professores, ex-alunos de outras turmas, membros da equipe Pampédia, amigos, os que lá foram respiraram ar puro, viram uma bela paisagem, nutriram-se de ideias sólidas, elevadas e provocadoras, comeram comida vegetariana deliciosa e bem feita, pela nossa Nena (Ilani Leme), nova integrante da Equipe Pampédia…

No sábado, na aula inaugural, Dora Incontri contou toda a nossa história, apresentou como sempre faz as ideias mestras da Pedagogia Espírita, que incluem liberdade, afeto, diálogo inter-religioso, transformação social e resgate de um Espiritismo mais científico, filosófico, cultural e de uma espiritualidade mais aberta, mais profunda e mais crítica. Com a participação de Maurício Zanolini, também apresentou o projeto da Universidade Livre Pampédia e o vídeo que fala dessa proposta.

Nesta mesma manhã, foi lançado o novo livro da coleção Grandes Pessoas, da Editora Comenius, dessa vez com o título Martin Luther King Jr., o herói negro da paz. O texto de Alessandro Cesar Bigheto e de Dora Incontri ganhou uma arte belíssima de Lili Lungarezi, que não esteve presente, por estar hospitalizada. Durante a aula inaugural, foi feita uma vibração coletiva por ela (e deve ter adiantado bastante, pois vai voltar para casa amanhã). Após essa vibração, muitos se emocionaram com o discurso de Martin Luther, I have a dream, exibido em homenagem ao líder dos direitos civis nos Estados Unidos.

À tarde, a nossa atuante professora Priscila Nacarato fez as suas dinâmicas de introdução ao curso e de conhecimento mútuo dos novos alunos. À noite, sopa de legumes, na varanda, e conversas boas até tarde, ao som de uma chuvinha leve. Os alunos se hospedam na própria chácara.

Estava conosco um dos professores da pós, que veio partilhar o fim de semana, André Andrade Pereira, autor de livros da Editora Comenius, entre os quais Espiritismo e Budismo, por um diálogo entre Oriente e Ocidente. Fez meditação com a turma.

No domingo, pela manhã, Luísa Módena Dutra e Danielle Morais Feitosa propuseram várias discussões e atividades com o eixo temático Sociedade e sustentabilidade: sobre o uso de espaços coletivos. Vídeos, textos, proposição democrática de regras para o uso do espaço coletivo da Universidade Livre Pampédia (o que também será feito com alunos da outra turma), piquenique com pão de queijo e suco de laranja com mamão e por fim, plantio de uma árvore de romã, como símbolo de um início sólido e fecundo. Para terminar o dia, antes do almoço de massa integral e saladas da horta da casa da Dora, (em breve haverá hortaliças produzidas na própria chácara da Universidade), Incontri leu poesias sobre o futuro, ao som da sinfonia pastoral de Beethoven. Uma delas vai abaixo.

Tudo interdisciplinar, multissensorial, com aconchego, novidades, quebrando paradigmas.

O almoço foi animado, com a presença dos caseiros da chácara, Sr. Manoel e D. Ilma, que se mostraram muito satisfeitos com a nova vizinhança.

Quem quiser, tem ainda oportunidade de participar dessa nova turma e dessa aventura de começo de uma nova forma de fazer educação. Ainda há vagas e aceitaremos inscrições até abril.

Para saber mais:

http://pedagogiaespiritaabpe.com/ (o site do curso de pós em Pedagogia Espírita)

http://youtu.be/lOLXIVrxeQ8 (o vídeo sobre a Universidade Livre Pampédia)

 

Proclamação

 

Que as artérias do mundo se ressequem

do sangue derramado.

Que as cidades fujam para os campos.

E o único ouro manuseado

seja o trigo maduro das colheitas.

 

Que os palácios se despovoem

e os tetos das escolas desmoronem

e as crianças frutifiquem nos prados.

 

Que os pedreiros desmanchem os muros

e ergam casas nos bosques, nos mares, no espaço.

 

E que as mães governem o planeta,

como guardiãs do lar terrestre.

E teçam na soleira do mundo

os costumes e as leis das nações

e as escrevam no leite das crianças

e no pão de cada dia.

 

Para quê fantoches do poder e canibais de uniforme,

se os jardins se cultivarão em comum,

e os viajantes estelares virão para o chá?

Que os quartéis se cubram de silêncio

e se graduem cemitérios da guerra.

 

E que a paz sobrevenha sem mácula,

modesta flor de quintal,

virgem discreta, cheia de carícias,

ofertando-se sem pressa

a homens, mulheres e crianças…

Não se pode renegá-la para sempre.

 

Que se cumpram as profecias

dos loucos, dos mártires e dos poetas…

John Ruskin

(Psicografia: Dora Incontri)

Equipe Universidade Livre Pampédia