Você já brincou de vivo ou morto alguma vez? Aquela brincadeira onde você agacha quando o mestre diz “morto” e levanta quando ele diz “vivo”? Imagino que sim. O objetivo dessa brincadeira é eliminar quem faz algum movimento errado. Se você levantar quando o mestre disser “morto” ou agachar quando ele disser “vivo” você está fora da brincadeira. Ganha quem não errar e acertar até sobrar um.
Aparentemente essa brincadeira parece ser muito fácil, mas quem diz vivo ou morto costuma fazer umas pegadinhas. Acontece que o nosso cérebro automatiza certas coisas após repetirmos elas várias vezes. Após escutar dez vezes a palavra “morto” e agachar, seu cérebro tem a tendência de entrar no automático e, por isso, te fazer agachar mesmo quando você deve se levantar.
Esse processo é um mecanismo de fixação e aprendizagem que nosso cérebro desenvolveu. E ele é super importante para desenvolvermos tarefas mais complexas como tocar instrumentos musicais, dirigir e até mesmo falar, por exemplo. Um motorista com anos de experiência pareceria um novato ligando o carro pela primeira vez se não pudesse automatizar algumas tarefas para poder realizá-las de forma simultânea. Até escovar os dentes seria difícil sem essa habilidade.
Talvez você esteja pensando: “Caramba hein! Esse negócio é demais!”. Mas será? Ele é uma desvantagem na brincadeira do vivo ou morto e pode ser um perigo para alcançarmos essa tal educação integral que tanto desejamos implantar nas escolas.
Ih! Olha eu “agachando na hora de levantar” bem na frase acima.
Quem restringiu a educação integral às escolas? Ninguém, mas eu estou tão acostumado a pensar em educação e escola juntos que escrevi: “…essa tal de educação que tanto desejamos implantar nas escolas”. A frase parece inofensiva, mas está cheia de pressupostos limitadores… Como se o lugar da inovação e da educação integral fosse só ali dentro dos muros da escola, como se a escola e a cidade não precisassem, ambas, de inovação e de professores, como se tudo isso não precisasse estar conectado e integrado como uma ampla comunidade de aprendizagem.
Aí é que está o perigo dos nossos automatismos: queremos inovar e falar de educação integral, mas não foi assim que fomos educados e estamos cheios de automatismos limitadores. Foi pensando nisso que decidimos criar nosso AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) de forma dinâmica, flexível e não definitiva. Como algo que precisa ser revisto e repensado constantemente. Após muito pesquisar, decidimos usar inicialmente o Facebook como plataforma de aprendizagem. A ideia parece estranha? Vejamos bem.
Para criar um AVA os idealizadores desse ambiente partem (mesmo que não percebam) de uma série de pressupostos educacionais que tem mais a ver com a forma com que foram educados do que com os ideais pedagógicos que esposaram. O resultado é que AVAs criados com objetivos educacionais tendem a ser uma cópia da velha escola.
Contornando isso, decidimos usar o Facebook que não foi criado com objetivo educacional, mas com o objetivo de conectar pessoas.
O mais interessante é que a aprendizagem acontece justamente aí no encontro, na conectividade que flui e se intensifica num processo natural de interatividade entre as pessoas. Com a conectividade acontecendo só precisamos aproveitar esse ambiente e propor objetivos pedagógicos e instrumentalizar as pessoas para que a aprendizagem possa acontecer de forma mais rica e profunda.
É como se o Facebook permitisse que o professor explicasse a sua aula e os alunos conversassem entre si, tudo ao mesmo tempo. Quem já participou de um grupo de estudos pelo Facebook sabe do que eu estou falando. E é essa experiência que queremos vivenciar em nosso primeiro curso online lançado pela Universidade Livre Pampédia: “Conversando com Sócrates no século XXI” (clique aqui para saber mais). Venha participar conosco dessa experiência inovadora de educação EAD!
Glauco Nepomuceno
Com o facebook realmente será muito mais instigante que as salas virtuais de aprendizagem tradicionais!
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