Justiça não é entretecida de ódio, mas de isenção, bom-senso, comedimento e austeridade. Democracia não é feita com gritaria, mas com diálogo, argumentos, racionalidade.
Uma nação não se faz dividida, entre inimigos – isso é guerra civil ou prenúncio de ditadura – mas se faz a partir da visão serena e sincera, da ação sólida e pensada, em consenso entre todos, pelos interesses coletivos e não de um grupo, em detrimento de outro.
Uma crise não se vence com desespero, desrespeito à lei, agressões mútuas, ódio histérico. A crise é aprendizado, é caminhada, é momento de amadurecimento, se os atores históricos não se perderem na irracionalidade e no desmando.
Agora é hora de ponderação. E de uma ação ponderada. Meditação e prece por parte daqueles que se ligam a alguma espiritualidade. Reflexão madura por parte daqueles que não creem na transcendência, mas acreditam na possibilidade da paz.
Leiamos maduramente todos os argumentos pró e contra cada situação que se apresente. Saibamos, quando lemos algo, qual a origem daquele determinado discurso. E saibamos ouvir os lados opostos, procurando discernir o que é um fato de uma presunção, de um boato, de uma ideia, de um julgamento precipitado, de um discurso inflamado e interessado.
E na dúvida, abstenhamo-nos de proferir vereditos absolutos, apaixonados, taxativos e, sobretudo, que massacrem o outro e considerem todo aquele que pensa diferente como um imbecil, um mau caráter! Saibamos ver o outro além de rótulos e paixões. Atrás de qualquer posição política, além de qualquer cargo no poder, está um ser humano, igual a nós.
As imagens que estão compartilhando da estátua do Redentor, chorando pelo momento do Brasil, devem ser lidas não como a tristeza de Jesus diante do roubo de alguns, mas lágrimas de pesar pelo futuro julgamento daqueles que acusam sem provas, movidos pelo ódio. Ele avisou – seremos julgados com a medida com que julgarmos o próximo!
Tenhamos cautela, calma. Busquemos uma avaliação o mais serena possível no meio do nevoeiro da pólvora das denúncias, dos boatos, dos xingamentos, do massacre público.
E sobretudo, zelemos pelas boas maneiras uns com os outros, pela integridade, pela educação! Educação aqui entendida em todos os sentidos: a educação que se aprofunda na história, na reflexão filosófica, na análise das coisas com uma referência teórica mínima (e não apenas na deseducação promovida pela mídia), a educação que liberta consciências, abre os olhos da alma, para visões mais abrangentes e por fim, um sentido mais estrito, mas não menos importante da educação: o respeito ao próximo, a civilidade da convivência fraterna.
Se cada qual viver os princípios, pelos quais há tanta gente gritando (muitos de forma bastante hipócrita), mantendo sua integridade, trabalhando por um mundo mais justo, militando por uma educação que emancipe o indivíduo e por uma sociedade plural e fraterna, estaremos mais perto de soluções duradouras.
É disso que precisamos nesse momento!
Muito bom este texto, reflete sensatez, conhecimento e maturidade em torno de tudo que se aprende com a espiritualidade.
Parabéns e obrigado!
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Acabei de escrever justamente sobre isto. Não precisamos repetir novamente, caminhos de dor e violência!
Precisamos é aprender a nos comunicar…precisamos aprender CNV; pois o mundo precisa é de uma imensidão de amorosidade que é tecida com escutatória , olhar do coração, respirar profundo e ação amorosa!
Namastê! Dora Incontri
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Esse texto respondeu a muitos questionamentos que me fazia até aqui.
Junto com a lição 79 do Pão Nosso de Emmanuel, me acalmou o coração
Obrigada Dora por me trazer alento através de suas palavras.
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Esse texto respondeu a muitos questionamentos que me fazia até aqui.
Junto com a lição 79 do Pão Nosso de Emmanuel, me acalmou o coração
Obrigada Dora por me trazer alento através de suas palavras!
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Você está de parabéns Dora, pelo seu texto. É tudo o que precisamos nesse momento; ponderação. Quando o Cristo esteve entre nós, ele deixou bem claro que é com amor que se vence o mau. Foi à cruz e deu sua própria vida por Amor! Não acredito que com violência se vai chegar a ajudar o nosso querido Brasil. Violência só atrai violência…
Beijos querida!
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Parabéns minha cara Dora. Sensato.
Infelizmente muitos que se dizem “espírita” não compartilham desta forma.
Destaque particular da bela reflexão:
Se cada qual viver os princípios, pelos quais há tanta gente gritando (muitos de forma bastante hipócrita), mantendo sua integridade, trabalhando por um mundo mais justo, militando por uma educação que emancipe o indivíduo e por uma sociedade plural e fraterna, estaremos mais perto de soluções duradouras.
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Ai, Dora, como encontro alento nas suas palavras! Quando recebo mensagens de desespero e de rancor de amigos e os convoco à serenidade, recebo uma saraivada de críticas, me chamam de conivente com a corrupção. E isso, lamentavelmente, de muitos espíritas, que têm deixado o raciocínio de lado (aquele que Kardec insistiu para que usássemos a todo momento) para destilar ódio, sob o pretexto de estarem apoiando o bem maior (tenho até medo de pensar que ‘bem maior’ é esse). Ler suas ponderadas colocações, me dá um alívio extremo e uma felicidade plena em saber que há, sim, ponderação, equilíbrio e muita fé raciocinada! Muito obrigada! Que você seja iluminada sempre! Beijos.
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Adorei sua colocação..perfeita assim como o texto
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ótima reflexão, um abraço! ❤
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Gratidão Dora!
Agora sei que não estou sozinha. Reconheço aqui meus pensamentos e sentimentos mais profundos.
Várias vezes lembrei-me da citação do Cristo, mas hoje diante da chuva de ódio e da insatisfação reinante nos noticiários posts do facebook, me tocou profundamente. Muitos julgam sem saber o que de fato acontece sem se importar com a Lei de causa e efeito.
Faço minha s as suas palavras.
Mais amor e menos julgamento.
Paz e Luz sempre!
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Li num trabalho do Deputado Freitas Nobre uma frase que não esqueci mais: “A lei para ser justa deve ser fruto de muitas consciências e para ser justa conciliar o interesse de todos”. Acho que temos que aprender a viver com as diferenças e os diferentes, e não semear o ódio que certamente recolheremos ele um pouco mais adiante.
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