Mais uma manifestação atrapalhando o retorno dos trabalhadores!

O titulo desse texto é a manchete padrão dos jornais e telejornais que cobrem manifestações populares, principalmente nas grandes cidades. Porém, o fato é que manifestação sem perturbar alguém não é manifestação!

A cidade de São Paulo, por exemplo, deve ser uma das cidades mais caóticas do mundo e qualquer manifestação trava o trânsito da cidade, como uma batida de caminhão na marginal ou um carro quebrado na Av. 23 de Maio. E se chove? A chuva influencia o direito de ir e vir de todo paulistano, tanto quanto uma manifestação!

Contra o Governo, os alunos pararam São Paulo, conseguiram uma vitória na batalha com a atenção obtida. Se não tivessem parado a cidade e ocupado as escolas, um plano educacional pouco discutido e conveniente para poucos estaria instalado na cidade/Estado.

Ser um manifestante não é profissão ou emprego temporário, ou não deveria ser, é um ato sincero de pessoas que usam de sua presença para expor ideias, fazer denúncias e iniciar discussões.

O poder constituído tende a não querer escutar as pessoas, a justificar suas decisões, ou seja, uma vez legitimados, se imaginam além do bem e do mal. Em casos em que o abuso do poder está além do razoável, só manifestações podem resolver.

Na esfera educacional, estamos longe de entendermos isso. Um abaixo assinado de uma classe contra um professor é um caos, isso quando o abaixo assinado é feito. Geralmente, os alunos tentam se mobilizar contra o poder estabelecido e a adesão no fim das contas é praticamente zero, a maioria se sente ameaçada pelas consequências que poderão arcar, pela revolta dos diretores e professores.

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A liberdade de expressão e de organização – o que gera discussões entre aqueles que estão contra o poder constituído e o poder em si – deveria ser melhor trabalhada e vivenciada nas escolas. Os professores precisam amadurecer e estarem prontos para confrontações, inclusive as que tomam vulto de manifestações coletivas. Se isso ocorre, há alguma coisa errada acontecendo, que merece ser investigada e debatida, não sufocada.

No futuro, quando as pessoas legitimadas no poder público perceberem que existem pessoas prontas para se mobilizarem e pararem cidades, estados, e países, menos manifestações serão necessárias, porém o poder de mobilização precisa correr livre desde sempre, a começar nas escolas!

Esse texto é quase uma crônica, vale a pena ler ou reler, o texto de Dora Incontri publicado nesse mesmo blog que teoriza sobre a liberdade, tema que é crucial quando analisamos o assunto de manifestações populares e deve ajudar um pouco aos educadores a posicionarem.

Alexandre Mota é mestre em hospitalidade, professor universitário e membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita

 

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