Numa recente entrevista, a atriz inglesa e embaixadora da ONU de 25 anos, Emma Watson (famosa pelo papel de Hermonie Granger da série Harry Potter), conversou com a paquistanesa ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai de 18 anos, sobre o documentário Malala (He Named Me Malala) que estreia no Brasil dia 19 de novembro. Na conversa a descontração da juventude, uma evidente admiração mútua e a seriedade de duas jovens mulheres que estão transformando o mundo através de suas vozes.
Emma Watson é a principal voz da ação da ONU que luta pelos direitos das mulheres. A campanha He for She (ele por ela) convoca os homens à ação, partindo da premissa que sem a participação deles na construção de uma sociedade igualitária, esse objetivo não será atingido. O discurso dela na ONU foi assistido por milhões de pessoas no mundo todo e embora seja criticado por movimentos mais radicais de luta por direitos, é um forte posicionamento na busca de uma resolução pacífica para esse conflito tão arraigado em nossa cultura:
Malala Yousafzai ganhou o premio Nobel da Paz depois de levantar a voz contra o avanço do Taliban no Paquistão, levar um tiro na cabeça por defender a educação de meninas contra um regime fundamentalista e se recuperar com apoio da comunidade internacional e da ONU, se tornando a principal voz pelo direito à educação das crianças em escala global. O principal apoiador dessa trajetória é seu pai, Ziauddin Yousafzai, sempre citado pela filha por sua dedicação à educação e às escolhas dela.
Na conversa entre as duas, Malala diz que entendeu ser feminista depois de assistir ao discurso de Emma: “Eu sou uma feminista, e todos deveríamos ser feministas, porque feminismo é uma outra palavra para igualdade”. Emma Watson, apesar das críticas a campanha He for She diz que não quer “(…) fazer do feminismo uma palavra assustadora. Quero fazê-lo um movimento acolhedor. Vamos dar as mãos para promover uma verdadeira mudança. Malala e eu estamos falando sério, precisamos de vocês”.
Enquanto isso no Canadá, Justin Trudeau de 43 anos, o novo primeiro ministro, apresentou seu gabinete de ministros. Além de representarem diversas religiões e etnias, a divisão de gênero foi equilibrada – 50% de representantes homens e 50% de mulheres. Quando perguntado sobre o motivo dessa divisão Trudeau respondeu simplesmente: “Porque é 2015!“.
Trudeu e Yousafzai são exemplos de como o homem pode encontrar formas positivas de atuação nesse novo mundo que caminha para o aprofundamento da igualdade efetiva. Resistir às mudanças, buscando argumentos e racionalizações para justificar velhos comportamentos, como culpabilizar a vítima de violência por se colocar em uma posição de fragilidade, ou explicar a pedofilia com conceitos rasos sobre sexualidade e consentimento, ou ainda usar a gravidez como explicação para a diferença salarial e a religião como motivo para impedir o acesso à educação, não são mais posturas viáveis.
No papel de pai, filho, irmão, companheiro e amigo, o homem pode encontrar sentido existencial em ações que impeçam a violência contra a mulher, que promovam o empoderamento, que resultem na igualdade de direitos. Abraçar essa mudança pode ser um bom primeiro passo para percebermos que isso pode e deve se aplicar a todas as pessoas com as quais temos relações de afeto, em maior e em menor grau, e isso, no limite, significa toda a humanidade. Hombridade bem entendida ajuda na construção do mundo que queremos!
Mauricio Zanolini
Maravilhoso pensar q. existe a possibilidade de uniao entre generos ! Mesmo com todos os obstaculos q. propiciam o contrario , q. seja bem vindo a atitude da Malala e Emma , vozes se juntem a essas pelo mundo afora , parabens!
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