Conhecimento não é compreensão – o caso da bicicleta invertida

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O vídeo no final desse texto é de um canal chamado Smarter Every Day (algo como “Mais Inteligente a Cada Dia”). Nele, o engenheiro norte-americano Destin Sandlin tenta reaprender a andar de bicicleta. O desafio é que não é uma bicicleta comum: a relação entre o guidão e a roda dianteira foi invertida. Girar o guidão para a esquerda significava girar a roda para a direita e vice-versa. A engenharia é simples e a lógica da inversão do processo também é bastante óbvia, mas ainda assim é muito difícil andar nessa bicicleta. Isso nos leva a pensar que conhecer como alguma coisa funciona não significa compreender organicamente o seu funcionamento.

Destin insiste. Passa oito meses praticando todos os dias, até que seu cérebro começa a compreender. Aquela experiência vai construindo um caminho novo de sinapses cerebrais e ele, finalmente, compreende a inversão dos reflexos de forma orgânica. No vídeo, o filho de Destin, de 6 anos, consegue dominar a bicicleta invertida em apenas 2 semanas. Isso ilustra o que já falamos aqui sobre como desaprendemos a ser criativos e porque temos tanta dificuldade de produzir.

No final do vídeo, o engenheiro diz que precisamos ficar atentos porque nossa mente é predisposta a determinadas coisas e mesmo que não tenhamos consciência desta pré-disposição, isso leva ao tendencionismo e ao preconceito.

Para nós adultos é um caminho difícil. Desconstruir nossas certezas, repensar conceitos, olhar para o mundo pelos olhos do outro. Este processo de ampliação de horizontes leva tempo, pede foco, motivação e bastante autocrítica. Nas crianças isso é orgânico, natural. Para elas todas as religiões são apenas uma, todas as danças são apenas expressões corporais, todas as superfícies são convites à pintura. Sem julgamentos e predisposições.

Só adultos que buscam a compreensão através do conhecimento e da vivência podem guiar as crianças sem matar as potencialidades delas. A Universidade Livre Pampédia acredita nesse caminho para a construção de um mundo livre e, portanto, justo. Venha com a gente!

Mauricio Zanolini

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