Sonho que Sonhamos Juntos

Um lugar onde os papéis de quem aprende e de quem ensina sejam simultâneos, onde haja autonomia na pesquisa e na experiência, onde as formas de construir e gerar conhecimento sejam múltiplas, onde o ponto de partida e o caminho sejam tão importantes quanto a chegada… A ideia de um espaço de aprendizagem livre – que hoje se configura no projeto da Universidade Livre Pampédia – já vem sendo gestada por nós há alguns anos. Mas – olhem que surpresa – nós não estamos sozinhos!

Este ano, ao nos debruçarmos sobre tudo o que já realizamos até então e ao reorganizarmos as ideias e ações em prol da constituição da Universidade, nos deparamos com propostas no Brasil e ao redor do mundo que têm trabalhado pelo mesmo sonho: uma educação sem amarras, em constante busca de conexão com a essência de cada indivíduo; uma educação que promova parcerias entre seres humanos, revelando agentes transformadores da sociedade (clique nas imagens abaixo para saber mais).

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É claro que cada projeto tem suas particularidades, seus princípios, seus paradigmas e seus caminhos. O que importa, no entanto, é que nos encontramos em muitos pontos; e acreditamos que nos reconhecemos, principalmente, no princípio da AUTONOMIA.

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Em outubro, o jornal O Estado de São Paulo divulgou uma pesquisa realizada pela Fundação Catar que indica os valores, as habilidades, os tipos de currículo, as fontes de conhecimento e os papéis do educador que serão mais valorizados daqui a 15 anos. Cerca de 650 especialistas em todo mundo foram ouvidos para a projeção desse cenário. Os resultados apontam para formas de aprender que promovam o movimento autônomo e que considerem as singularidades de cada educando.

O que significa o encontro desses resultados com tantas propostas alternativas de educação e com o surgimento da Universidade Livre Pampédia? É uma coincidência, é uma tendência de educação ou é a busca por algo que nos pertence essencialmente, ou seja, a necessidade vital de exercer a liberdade do pensar, do agir e do sentir?

Como sabemos, a autonomia não é simplesmente autodidatismo ou uma suposta autossuficiência; não é estar sozinho no processo. A autonomia diz respeito à preservação da integridade do eu; ou seja, é estar presente nas relações e no mundo a partir do conhecimento de si mesmo, da compreensão do sentido da vida, das potencialidades, das dificuldades e dos processos internos de cada um.

Segundo o psicólogo alemão Erich Fromm, ao caminhar pela redescoberta de sua individualidade e pelo refinamento da escuta de si mesmo, o ser humano exercita sua liberdade e se vincula a outros indivíduos e ao mundo à sua volta através dos laços do amor e da atividade espontânea. Ele explica: “a atividade espontânea é atividade livre do eu e implica, psicologicamente, o que significa literalmente o radical latino do termo sponte: por sua própria vontade. Por atividade não temos em vista ‘fazer alguma coisa’, e sim a qualidade de atividade criadora que pode agir igualmente nas experiências emocionais, intelectuais e sensoriais da pessoa”.

O trabalho baseado na autonomia não pressupõe individualismo, não sugere que estejamos isolados. Muito pelo contrário! Ele nos permite encontrar parceiros ao longo de toda a caminhada, trocando e compartilhando o que há de verdade em cada um, porque vindo da essência.

Portanto, a busca – tanto individual quanto coletiva – por percursos de educação que promovam experiências de conhecimento autênticas não é mero modismo. Ela responde a uma necessidade radical (mesmo quando inebriada) de todo indivíduo de quebrar muros, de construir pontes, de florescer, de criar asas e de encontrar pares. É isso o que nos tem movido!

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“A vitória da liberdade só será exequível se a democracia evoluir para uma sociedade em que o indivíduo, seu crescimento e sua felicidade sejam a meta e a finalidade da cultura, em que a vida não careça de nenhuma justificativa dada pelo sucesso ou qualquer outra coisa, em que o indivíduo não seja subordinado nem manipulado por qualquer outra força alheia a ele, quer seja o Estado ou a máquina econômica; e por fim, uma sociedade em que a consciência e os ideais do homem não sejam a interiorização de exigências externas, mas sejam realmente dele e exprimam os objetivos oriundos da peculiaridade de seu próprio ego.” (Erich Fromm)

Equipe Universidade Livre Pampédia

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